Super Z

O único blog que, além de Super, também é Z!

Pablosfera
Comunidade
Blogs
Galerias
Webcomics
Arquivos

Thexder's Laboratory



Obscuro, mas tenho certeza que tem gente por aí que vai curtir. ;)

Mar

Sempre amei o mar. Deve ser coisa de quem nasceu no cerrado, acostumado desde a mais tenra idade às umidades relativas ao sul dos 20%.

Minha mãe diz que meu primeiro contato com o mar foi um caso de amor à primeira vista. Quem me conhece há alguns anos possivelmente já ouviu a história, mas vamos relembrá-la assim mesmo. Eu era muito pequeno, e a praia era novidade em todos os aspectos: a sensação da areia, o cheiro do oceano, o barulho das ondas. Conta minha mãe que me desvencilhei imediatamente das mãos adultas que me seguravam e arremeti em direção à água, como se encantado por sereias.

Minha precoce tentativa de suicídio inocente não foi frutífera (obviamente) porque os adultos me alcançaram antes da rebentação. Pessoalmente, não me lembro desse episódio, mas não tenho porque duvidar de minha mãe. O episódio marítimo mais antigo de que me lembro foi, na verdade, algo traumatizante.

Não muitos anos depois (acho que eu devia ter uns quatro anos), em uma noite especialmente enluarada de João Pessoa, estávamos eu e meu padrasto à toa na vida, quando ele teve uma grande ideia: que tal se fôssemos tomar banho de mar à noite, com a maré forte subindo? Meu limitado senso crítico considerou a ideia excelente. E lá fomos nós para a praia de Tambaú.

Não me lembro do mar em Tambaú ser especialmente agressivo, mas naquela noite as ondas batiam com força, e não havia ninguém se arriscando dentro d'água. Nossa desventura noturna durou exatamente o tempo necessário para levarmos um caixote. Me lembro de tudo: do impacto da água, de ser emborcado pela onda cheia de areia da rebentação, do gosto do sal, da sensação do meu joelho sendo arrastado pelo chão arenoso, da perna do meu padrasto batendo na minha cabeça.

Nossa sorte foi que a onda, quando quebrou, nos arremessou longe da água. Tivesse nos puxado de volta... Sei lá o que aconteceria. Meu padrasto teve um súbito ataque de juízo e considerou pouco prudente repetir o mergulho. Cuspi um resto de água salgada e voltamos para casa, alquebrados, sangrando, com galos na cabeça e... Rindo. Rindo às gargalhadas. Houve algo de catártico na experiência. E, de qualquer forma, muito mais perigosa seria minha mãe quando descobrisse o que tinha acontecido.

Devo ser uma espécie de Amélia marítima. Porque depois desse dia, depois da maior surra que já levei do mar, passei a amá-lo ainda mais.

A presente postagem foi inspirada por esta outra postagem.

Rebobinando

Bom, fiquei um mês sem postar, mas pra variar não foi por falta de acontecimentos. Vamos lá então. A respeito do post anterior, parece que a Claro mudou de idéia. As imagens voltaram a ser como sempre foram e não percebi mais sinais de scripts estranhos. Imagino que devem ter recebido um montão de reclamações a respeito; de qualquer modo, era mesmo uma péssima idéia e ainda bem que voltaram atrás.

A respeito da vida, doce vida, recentemente comprei uma mesa digitalizadora. Escolhi o modelo básico Bamboo Pen, da Wacom, que oferece um custo-benefício bem vantajoso para amadores como eu. A idéia é usá-lo para aumentar minha produtividade quando estiver trabalhando com aplicativos gráficos como Photoshop, mas também pretendo usá-lo para desenhar quadrinhos para a Internet e, possivelmente, animações.

Uma das idéias que me brotaram essa semana, que eu pretendia transformar em uma história em quadrinhos cômica, estilo tirinha de jornal, foi uma história chamada No Fio da Navalha. Ambientada em uma megalópole brasileira do futuro e puxando elementos do cinema noir e cyberpunk, a idéia era brincar com alguns clichês dos gêneros, mas nunca de modo gratuito, e sim contextualizado. A princípio tudo ia bem e até escrevi algumas tirinhas, mas depois vi que o mundo e os personagens acabaram ficando por demais complexos para serem explorados de modo tão fragmentado e descompromissado. Assim, esse projeto virou um folhetim, narrado em primeira pessoa pelo protagonista. Na próxima postagem, explico mais sobre isso. ;)

Outra coisa legal que aconteceu essa semana foi a aparente solução do problema que meu MacBook estava apresentando: ruído na ventoinha. Ocorre que meu MacBook tem três anos de idade, e nesse meio tempo muita poeira acumulou no interior, provocando aquecimento excessivo e, eventualmente, sujando bastante a ventoinha. Isso provocou um barulho intermitente há cerca de dois meses, mas de duas semanas para cá o barulho ficou persistente e extremamente incômodo. Então, visitei uma página no interessante website iFixit, que mostrava como substituir a ventoinha do MacBook. A página me deixou meio assustado, porque algumas coisas podiam dar errado e gorar meu computador. Ontem à noite, enlouquecido com o ruído da ventoinha, resolvi me aventurar e abrir o MacBook, para tentar remover a poeira. Deu um pouco de trabalho, mas não tanto quanto eu esperava, porque a carcaça do notebook é muito bem projetada. Infelizmente, percebi que não seria capaz de remover a ventoinha para limpá-la sem causar danos à placa-mãe, então limpei tudo o que pude e fechei de novo o notebook. E não é que deu certo? Mesmo sem tirar e abrir a ventoinha, aparentemente minha limpeza melhorou o fluxo de ar e preveniu as vibrações que estavam acontecendo antes. Outro efeito colateral é que a temperatura do processador diminuiu sensivelmente.

Para não dizer que tudo foram flores, nestas duas semanas houve duas invasões de Periplaneta americana (não clique se tiver o estômago fraco) no meu banheiro. Na primeira, a bicha estava bem viva e tive que usar um restinho de inseticida para trucidá-la sem causar muita sujeira. Na segunda, após uma aplicação de "remédio" pelo meu padrasto na casa toda, ela já apareceu meio morta, mas mesmo assim foi uma visão desagradável. Para atrapalhar um pouco, ainda por cima tenho dormido mal. Espero que essas coisas melhorem neste mês. =]

Respeito aos usuários

Usuários de banda larga 3G da Claro se depararam com uma surpresa desagradável, de ontem para hoje. Aparentemente, a Claro implantou um serviço de proxy transparente que troca as imagens de qualquer página por outras de qualidade inferior. Na prática, o que acontece é que, sem o conhecimento do usuário, as imagens originalmente contidas no website sendo acessado são trocadas por versões de qualidade consideravelmente inferior. Além disso, as próprias páginas são modificadas para que, ao colocar o ponteiro sobre uma imagem, seja exibida uma mensagem instruindo o usuário a pressionar a combinação de teclas Shift+R ou Shift+A para melhorar a qualidade. Isso causa efeitos colaterais em vários sites, e acaba com a acessibilidade. A imagem do post ilustra o problema.

A idéia é diminuir o tráfego de dados provocado pelas imagens. Isso, em princípio, não é tão ruim, mas deveria ser opcional, até porque não quero ter que ficar apertando teclas para ver as imagens em boa qualidade nos websites que acesso (e elas nem sempre funcionam). Por enquanto, não há solução para o problema, do qual os atendentes do 1052 nem têm conhecimento. De qualquer modo vou reclamar, e se não tiver jeito, peço para sair da Claro. Se eles criarem caso por conta da fidelização, vou tentar alegar quebra de contrato, pois não tenho a menor intenção de continuar pagando caro para receber uma versão inferior dos websites que visito.

Avaliando vídeos no YouTube

Recentemente, o YouTube mudou o critério de avaliação dos vídeos. Agora, em vez de dar uma nota em estrelas, você simplesmente diz se gosta ou não do vídeo. Até que gostei disso, porque simplifica a avaliação. Antes eu tinha que pensar um pouquinho qual seria a nota merecida, o que dava uma preguicinha de vez em quando. =P E de fato isso pareceu melhorar a qualidade dos vídeos recomendados para mim, embora este recurso eu use pouquíssimo por absoluta falta de tempo.

Mas um recurso que eu uso muito é o autocompartilhamento. Funciona assim: eu favorito um vídeo, e ele automaticamente aparece no meu feed do Google Reader. Essa é a configuração padrão do autocompartilhamento. Só que com a mudança do critério de avaliação apareceu uma nova configuração: compartilhar automaticamente vídeos "gostados".

É legal ter mais uma opção de compartilhamento. O que não é legal é que essa opção veio ligada e só percebi depois que vi que eu estava compartilhando um monte de vídeos sem saber. Meio chato, porque costumo compartilhar só o que gosto muito mesmo. Uma coisa que achei engraçadinha ou bacaninha e marquei como "gosto" não é necessariamente material de compartilhamento. Pelo menos é um probleminha fácil de solucionar: um pulinho nas configurações de conta e pronto. Dica útil também para quem de repente gostou do último clipe da Britney Spears e prefere que ninguém saiba. ;P

Óleo de peroba

A cara de pau impressiona. Como Rogério Rosso, antigo administrador da Codeplan (de onde se originou o escândalo do mensalão do Democratas), colaborador dos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, recebe da Câmara Legislativa do DF um mandato-tampão de governador em uma eleição indireta por 13 votos? Joaquim Roriz, para quem não conhece, é uma espécie de coronel do cerrado, que em certa ocasião renunciou ao Senado para escapar da provável cassação por quebra de decoro parlamentar. José Roberto Arruda atualmente é mais conhecido, mas para quem não lembra, é o cara que, junto com ACM, mandou violar o painel da votação secreta sobre a cassação do então senador Luiz Estevão, e depois renunciou para escapar da provável cassação por quebra de decoro. E dos 13 votos, oito foram de deputados suspeitos de participarem do esquema.

É triste que nenhum dos deputados tenha a decência de se declarar impedido de participar da votação, seja como candidato, seja como eleitor. O mínimo seria se afastar do processo eleitoral enquanto pairassem suspeitas, mesmo que elas se provassem infundadas (o que, a esta altura, parece improvável). E depois de tudo, os deputados ainda têm o topete de dizer que consideram a crise política no DF “encerrada”. Que venha, pois, a intervenção.

Deuses e crianças

Ontem foi uma noite inusitada. Eu tinha planos, mas as coisas estavam dando meio errado e resolvi ir do trabalho direto até a casa da minha tia, onde o IPVA do carro estava me esperando. Quando cheguei lá, acho que minha tia percebeu minha expressão faminta e colocou uma sobra de panquecas de frango para aquecer. Nesse meio tempo, minha prima saiu para ver o filme do Chico Xavier, e meus planos dançaram de vez, por motivos totalmente diferentes. Então, fiquei lá comendo as panquecas (estavam excelentes, por sinal, mas minha avó diria "para buena hambre no hay mal pan") e conversando com meu priminho de 7 anos, filho da minha prima. Não me lembro a razão, mas enquanto eu resolvia um quebra-cabeça (para mostrar que conseguia), meu priminho trouxe o assunto dos deuses gregos à baila. Então, para ouvidinhos ávidos, tentei dar uma geral do panteão greco-romano, com certa dificuldade porque não conseguia me lembrar de muitos detalhes, mas o suficiente para manter meu priminho muito interessado.

Falei de Zeus, o rei dos deuses do olimpo. Ele conhecia Zeus, sabia que era o "cara dos raios". Imagino que seja influência do filme do Hércules. Ficou curioso com Hermes, o mensageiro, o mais veloz de todos os deuses. Duvidou da beleza de Apolo, o mais belo de todos; quando expliquei ao meu priminho que Apolo era ainda mais bonito do que o papai dele, a dúvida persistiu mas ele pareceu entender a lógica da explicação. Falei de Hermes Hefesto, o ferreiro, de quem os outros deuses não gostavam simplesmente porque era feio. É, os deuses gregos não eram flor que se cheire. Falei de Afrodite, que nasceu da espuma do oceano. Falei de Atena, a deusa da justiça que nasceu da cabeça de Zeus quando este, assolado por uma enxaqueca, pediu a Hefesto que marretasse sua cabeça até que a dor parasse. Ele achou isso ainda mais engraçado do que meu comentário sobre Zeus ter centenas de filhos, porque era muito namorador; aparentemente, minha audiência mirim prefere violência a sexo, o que explica muito sobre a mentalidade dos filmes comerciais norte-americanos. Falei de Poseidon, soberano dos mares, outro de quem ele já tinha ouvido falar. E falei também de Hades, senhor do inferno, o que pareceu confundi-lo um pouco, já que a concepção que ele tem de inferno é muito abstrata e vinculada às tradições cristãs. Expliquei que o inferno dos gregos era como se fosse realmente um lugar, onde as pessoas que morriam iam morar, separadas em regiões conforme o bem ou o mal que tinham praticado quando eram vivas, e aí ele entendeu melhor.

O menino quis saber se esses deuses ainda existiam e se ainda moravam no Olimpo. Expliquei, então, que os deuses nunca existiram de verdade; foram inventados pelas pessoas para explicar coisas que elas não sabiam como funcionavam. Por exemplo, o Sol. Eles pensavam que era um fogo muito quente, levado pela carruagem de Apolo. Então apontavam para o Sol e diziam: "olhe lá Apolo em sua carruagem". Hoje sabemos que o sol é uma bola de gás muito, muito, muito mais quente do que qualquer fogo, e que só não nos carboniza porque fica bem longe. Longe quanto? A nave mais rápida já feita pela humanidade (mais rápida até que uma bala de fuzil, que é mais rápida que um avião) demoraria meses pra chegar nela. Resolvi parar por aí porque a escala interplanetária é difícil de entender para adultos crescidos, que dirá para crianças de 7 anos. Pensando bem, talvez elas tenham até mais facilidade para entender, porque têm mais imaginação...

E ele queria saber mais e mais, então contei a ele que, antigamente, as pessoas do mundo viviam mais isoladas umas das outras, e em cada lugar tinham inventado deuses diferentes, porque quem vivia em um lugar não sabia como eram os deuses de outro lugar. Que os nórdicos, por exemplo, tinham outro deus do trovão e dos relâmpagos, chamado Thor, que apesar de ter certa semelhança elétrica com Zeus, era filho de um deus mais poderoso ainda chamado Odin. Pois esse menininho, que passa suas manhãs assistindo a Narutos, Dragon Balls e X-Mens da vida, ficou ainda mais interessado em saber qual era o deus mais poderoso de todos, na minha opinião. Como a essa altura já estava bem tarde e eu precisava ir embora, resolvi deixar a curiosidade dele acesa com a noção de que, com tantos e tantos deuses, e alguns sendo muito parecidos entre si, era difícil dar uma resposta definitiva, mas prometi que investigaria e traria mais nomes e histórias ("e fotos também", pediu ele) dos deuses para ele conhecer. Adiantei que provavelmente os deuses mais poderosos, em princípio, eram aqueles que as pessoas acreditavam ter criado todo o universo, como Brahma (o da trindade hindu, não a cervejaria) ou Javé (aquele cheio de nomes, da tradição judaico-cristã). Vamos ver como ele se sai com o conceito de demiurgo. =]

Na semana que vem, provavelmente vou passar uma noite na casa da minha tia. Assim vou poder dar o meu curso de mitologia comparada ao meu priminho de 7 anos. =P Quando eu tinha a idade dele, adorava mitologia grega. Espero conseguir plantar boas sementinhas de curiosidade no menino. =)

De volta, de novo

2003 foi o ano em que escrevi minha primeira postagem em um blog. Faz pouco mais de sete anos, e embora minhas lembranças tenham o mau hábito de ficarem difusas e imprecisas com o tempo, a sensação da época continua fresca na mente, ou no coração. Talvez esse seja o tipo de coisa que o coração lembra melhor do que o cérebro, metaforicamente falando. Na ocasião, a impressão que eu tinha dos blogs era totalmente superficial. Não lia nada e não sabia bem para que serviam, mas sabia que queria escrever. Foi a vontade de escrever e, mais ainda, de ser lido, que motivou a abertura do meu blog. Não é que ter uma audiência fosse essencial, mas de que adianta escrever se ninguém lê? Essa sensação retornou e pareceu ficar mais intensa no começo deste ano, mas com uma diferença: não tenho mais a mesma inocência.

Depois de centenas de postagens, no final de 2005 praticamente parei de escrever porque me sentia esgotado. Não tinha idéia do quanto me investiria emocionalmente. Em 2006 apaguei o histórico para me livrar da carga anterior, redesenhei o visual e mudei o nome do blog, mas mesmo assim não consegui revivê-lo. Não sentia ainda a urgência de escrever. Essa comichão voltou com força no mês passado, e aproveitei para renovar o visual mais uma vez. Agora, aproveitando conceitos do layout anterior, mas com algumas novidades, como bordas arredondadas, melhor uso das margens, área de conteúdo flexível para se adequar a qualquer monitor e melhor uso de cores.

Posso não ter a mesma inocência de 2003, mas sinto uma espécie de ansiedade quando penso nas possibilidades que a integração com o Google Reader e as redes sociais pode trazer. :) Vamos ver o que acontece.

about:robots

Está usando Firefox 3? Sim, né? Muito bem. Então veja o que aparece quando você digita o seguinte texto na sua barra de endereços:

about:robots

Interessante, não? Embora isso seja apenas uma curtição, existem vários endereços "about:" que podem ser interessantes para os curiosos. A Wikipedia tem uma descrição do que acontece quando você tenta usar vários deles nos diversos navegadores (não apenas no Firefox):

Compaq, o computador portátil

O blog Modern Mechanix republicou uma resenha da revista Byte de janeiro de 1983. O assunto é o Compaq, o primeiro clone do IBM-PC. Pesando pouco menos de 13kg, era considerado um sistema portátil! A leitura é fascinante para quem se interessa pelos primórdios da computação pessoal, até porque os computadores que usamos hoje ainda levam consigo vários elementos da tecnologia criada pela IBM no século passado (e não é à toa que os chamamos PCs). A fabricante homônima do Compaq, não por acaso, foi uma das molas mestras da disseminação da plataforma, com seus compatíveis PC de baixo custo vendidos na década de 1990, e ainda existe hoje, embora absorvida dentro da gigantesca Hewlett-Packard. Confira a matéria: