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29/09/2006 14:04Teorias e Práticas Paranormais

Um dos cursos mais divertidos que já fiz foi o curso de extensão em Teorias e Práticas Paranormais. Isso já tem muitos anos, então peço a paciência de vocês com imprecisões dos relatos sobre as aulas. Acho que foi em 1993... Esse curso foi promovido pelo Núcleo de Estudos dos Fenômenos Paranormais do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília. Na verdade, tinha o mesmo conteúdo da disciplina Parapsicologia Geral e Experimental, só que aberta à comunidade. O que não falta é história sobre esse curso, mas hoje gostaria de falar um pouco sobre a parte prática da coisa.

O professor Joston Miguel Silva era o responsável pelo curso, e falou da dificuldade que é o estudo sério e científico de uma área povoada por charlatães e pessoas bem-intencionadas mas equivocadas. Para ilustrar isso, promoveu alguns experimentos, mas frisou que os nossos experimentos não tinham valor científico, eram mais uma curiosidade. O interessante da abordagem dele é que não havia dogmatismo, e não foram entregues conclusões prontas a ninguém. ^^

Um dos experimentos propostos foi uma tentativa de medir o nível de Percepção Extra-Sensorial dos participantes do curso, usando o baralho Zener. O baralho Zener tem 25 cartas, com cinco símbolos diferentes: um círculo, um quadrado, uma cruz grega, uma estrela e "ondas". Esse baralho serve para vários experimentos, mas no nosso caso foi usado para medir telepatia. Sentando uma pessoa de costas para a outra, uma delas puxava a carta, olhava o conteúdo e tentava transmitir mentalmente o símbolo para a outra pessoa que, sem ver a carta, deveria anotar em um papel o símbolo que ela achava que estava sendo mostrado. Depois, era só conferir as anotações com o baralho.

A chance de você acertar ao acaso um símbolo é, naturalmente, de 20%. Mas um experimento precisa ser repetido muitas vezes para ser estatisticamente relevante. Quanto mais repetições, melhor. Se ao fim você tivesse mais de 20% de acerto, de onde viriam os acertos adicionais? Não lembro quantas pessoas éramos, mas tenho certeza de que eram mais de 15 e provavelmente menos de 20. O resultado final foi que ninguém acertou menos de 20% das cartas. Houve três pessoas que acertaram mais de 90% dos símbolos. Uma acertou tudo, mas com apenas 9 tentativas, creio eu. O problema é que num universo tão reduzido de pessoas, com poucas repetições e um ambiente não controlado, pode haver um monte de fatores imprevisíveis contribuindo para as estatísticas infladas, como o professor lembrou. =]

Outra experiência poderia ser mais espetacular, mas também deu menos certo: telecinese. A idéia era colocar um fiapo de papel sobre a mesa e cobri-lo com um copo, a fim de que o fiapo não fosse movido pelo vento. Ninguém deveria chegar perto da mesa, para que nenhuma vibração afetasse o teste. O objetivo era mover o fiapo com a mente. Se havia algum poder da mente capaz de mover um objeto, seria mais fácil mover um objeto pequeno e leve. Infelizmente ninguém conseguiu mover nada. Em alguns casos, até tivemos dúvidas, mas faltou a certeza de que alguma coisa tinha realmente se movido. De qualquer forma, não era um experimento muito bem controlado. No fim das contas, ficamos sem saber se telecinese não existe, ou existe e ninguém no grupo era poderoso o bastante para mover o fiapo. =)

Este post já está muito comprido, e estou me segurando pra não escrever mais. =P O assunto dá muito pano pra manga. Prometo voltar a ele depois... E contar algumas histórias interessantes. Sejam reais ou imaginários, os fenômenos paranormais fascinam muita gente. Né? =]

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