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Avaliando vídeos no YouTube

Recentemente, o YouTube mudou o critério de avaliação dos vídeos. Agora, em vez de dar uma nota em estrelas, você simplesmente diz se gosta ou não do vídeo. Até que gostei disso, porque simplifica a avaliação. Antes eu tinha que pensar um pouquinho qual seria a nota merecida, o que dava uma preguicinha de vez em quando. =P E de fato isso pareceu melhorar a qualidade dos vídeos recomendados para mim, embora este recurso eu use pouquíssimo por absoluta falta de tempo.

Mas um recurso que eu uso muito é o autocompartilhamento. Funciona assim: eu favorito um vídeo, e ele automaticamente aparece no meu feed do Google Reader. Essa é a configuração padrão do autocompartilhamento. Só que com a mudança do critério de avaliação apareceu uma nova configuração: compartilhar automaticamente vídeos "gostados".

É legal ter mais uma opção de compartilhamento. O que não é legal é que essa opção veio ligada e só percebi depois que vi que eu estava compartilhando um monte de vídeos sem saber. Meio chato, porque costumo compartilhar só o que gosto muito mesmo. Uma coisa que achei engraçadinha ou bacaninha e marquei como "gosto" não é necessariamente material de compartilhamento. Pelo menos é um probleminha fácil de solucionar: um pulinho nas configurações de conta e pronto. Dica útil também para quem de repente gostou do último clipe da Britney Spears e prefere que ninguém saiba. ;P

Óleo de peroba

A cara de pau impressiona. Como Rogério Rosso, antigo administrador da Codeplan (de onde se originou o escândalo do mensalão do Democratas), colaborador dos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, recebe da Câmara Legislativa do DF um mandato-tampão de governador em uma eleição indireta por 13 votos? Joaquim Roriz, para quem não conhece, é uma espécie de coronel do cerrado, que em certa ocasião renunciou ao Senado para escapar da provável cassação por quebra de decoro parlamentar. José Roberto Arruda atualmente é mais conhecido, mas para quem não lembra, é o cara que, junto com ACM, mandou violar o painel da votação secreta sobre a cassação do então senador Luiz Estevão, e depois renunciou para escapar da provável cassação por quebra de decoro. E dos 13 votos, oito foram de deputados suspeitos de participarem do esquema.

É triste que nenhum dos deputados tenha a decência de se declarar impedido de participar da votação, seja como candidato, seja como eleitor. O mínimo seria se afastar do processo eleitoral enquanto pairassem suspeitas, mesmo que elas se provassem infundadas (o que, a esta altura, parece improvável). E depois de tudo, os deputados ainda têm o topete de dizer que consideram a crise política no DF “encerrada”. Que venha, pois, a intervenção.

Deuses e crianças

Ontem foi uma noite inusitada. Eu tinha planos, mas as coisas estavam dando meio errado e resolvi ir do trabalho direto até a casa da minha tia, onde o IPVA do carro estava me esperando. Quando cheguei lá, acho que minha tia percebeu minha expressão faminta e colocou uma sobra de panquecas de frango para aquecer. Nesse meio tempo, minha prima saiu para ver o filme do Chico Xavier, e meus planos dançaram de vez, por motivos totalmente diferentes. Então, fiquei lá comendo as panquecas (estavam excelentes, por sinal, mas minha avó diria "para buena hambre no hay mal pan") e conversando com meu priminho de 7 anos, filho da minha prima. Não me lembro a razão, mas enquanto eu resolvia um quebra-cabeça (para mostrar que conseguia), meu priminho trouxe o assunto dos deuses gregos à baila. Então, para ouvidinhos ávidos, tentei dar uma geral do panteão greco-romano, com certa dificuldade porque não conseguia me lembrar de muitos detalhes, mas o suficiente para manter meu priminho muito interessado.

Falei de Zeus, o rei dos deuses do olimpo. Ele conhecia Zeus, sabia que era o "cara dos raios". Imagino que seja influência do filme do Hércules. Ficou curioso com Hermes, o mensageiro, o mais veloz de todos os deuses. Duvidou da beleza de Apolo, o mais belo de todos; quando expliquei ao meu priminho que Apolo era ainda mais bonito do que o papai dele, a dúvida persistiu mas ele pareceu entender a lógica da explicação. Falei de Hermes Hefesto, o ferreiro, de quem os outros deuses não gostavam simplesmente porque era feio. É, os deuses gregos não eram flor que se cheire. Falei de Afrodite, que nasceu da espuma do oceano. Falei de Atena, a deusa da justiça que nasceu da cabeça de Zeus quando este, assolado por uma enxaqueca, pediu a Hefesto que marretasse sua cabeça até que a dor parasse. Ele achou isso ainda mais engraçado do que meu comentário sobre Zeus ter centenas de filhos, porque era muito namorador; aparentemente, minha audiência mirim prefere violência a sexo, o que explica muito sobre a mentalidade dos filmes comerciais norte-americanos. Falei de Poseidon, soberano dos mares, outro de quem ele já tinha ouvido falar. E falei também de Hades, senhor do inferno, o que pareceu confundi-lo um pouco, já que a concepção que ele tem de inferno é muito abstrata e vinculada às tradições cristãs. Expliquei que o inferno dos gregos era como se fosse realmente um lugar, onde as pessoas que morriam iam morar, separadas em regiões conforme o bem ou o mal que tinham praticado quando eram vivas, e aí ele entendeu melhor.

O menino quis saber se esses deuses ainda existiam e se ainda moravam no Olimpo. Expliquei, então, que os deuses nunca existiram de verdade; foram inventados pelas pessoas para explicar coisas que elas não sabiam como funcionavam. Por exemplo, o Sol. Eles pensavam que era um fogo muito quente, levado pela carruagem de Apolo. Então apontavam para o Sol e diziam: "olhe lá Apolo em sua carruagem". Hoje sabemos que o sol é uma bola de gás muito, muito, muito mais quente do que qualquer fogo, e que só não nos carboniza porque fica bem longe. Longe quanto? A nave mais rápida já feita pela humanidade (mais rápida até que uma bala de fuzil, que é mais rápida que um avião) demoraria meses pra chegar nela. Resolvi parar por aí porque a escala interplanetária é difícil de entender para adultos crescidos, que dirá para crianças de 7 anos. Pensando bem, talvez elas tenham até mais facilidade para entender, porque têm mais imaginação...

E ele queria saber mais e mais, então contei a ele que, antigamente, as pessoas do mundo viviam mais isoladas umas das outras, e em cada lugar tinham inventado deuses diferentes, porque quem vivia em um lugar não sabia como eram os deuses de outro lugar. Que os nórdicos, por exemplo, tinham outro deus do trovão e dos relâmpagos, chamado Thor, que apesar de ter certa semelhança elétrica com Zeus, era filho de um deus mais poderoso ainda chamado Odin. Pois esse menininho, que passa suas manhãs assistindo a Narutos, Dragon Balls e X-Mens da vida, ficou ainda mais interessado em saber qual era o deus mais poderoso de todos, na minha opinião. Como a essa altura já estava bem tarde e eu precisava ir embora, resolvi deixar a curiosidade dele acesa com a noção de que, com tantos e tantos deuses, e alguns sendo muito parecidos entre si, era difícil dar uma resposta definitiva, mas prometi que investigaria e traria mais nomes e histórias ("e fotos também", pediu ele) dos deuses para ele conhecer. Adiantei que provavelmente os deuses mais poderosos, em princípio, eram aqueles que as pessoas acreditavam ter criado todo o universo, como Brahma (o da trindade hindu, não a cervejaria) ou Javé (aquele cheio de nomes, da tradição judaico-cristã). Vamos ver como ele se sai com o conceito de demiurgo. =]

Na semana que vem, provavelmente vou passar uma noite na casa da minha tia. Assim vou poder dar o meu curso de mitologia comparada ao meu priminho de 7 anos. =P Quando eu tinha a idade dele, adorava mitologia grega. Espero conseguir plantar boas sementinhas de curiosidade no menino. =)

De volta, de novo

2003 foi o ano em que escrevi minha primeira postagem em um blog. Faz pouco mais de sete anos, e embora minhas lembranças tenham o mau hábito de ficarem difusas e imprecisas com o tempo, a sensação da época continua fresca na mente, ou no coração. Talvez esse seja o tipo de coisa que o coração lembra melhor do que o cérebro, metaforicamente falando. Na ocasião, a impressão que eu tinha dos blogs era totalmente superficial. Não lia nada e não sabia bem para que serviam, mas sabia que queria escrever. Foi a vontade de escrever e, mais ainda, de ser lido, que motivou a abertura do meu blog. Não é que ter uma audiência fosse essencial, mas de que adianta escrever se ninguém lê? Essa sensação retornou e pareceu ficar mais intensa no começo deste ano, mas com uma diferença: não tenho mais a mesma inocência.

Depois de centenas de postagens, no final de 2005 praticamente parei de escrever porque me sentia esgotado. Não tinha idéia do quanto me investiria emocionalmente. Em 2006 apaguei o histórico para me livrar da carga anterior, redesenhei o visual e mudei o nome do blog, mas mesmo assim não consegui revivê-lo. Não sentia ainda a urgência de escrever. Essa comichão voltou com força no mês passado, e aproveitei para renovar o visual mais uma vez. Agora, aproveitando conceitos do layout anterior, mas com algumas novidades, como bordas arredondadas, melhor uso das margens, área de conteúdo flexível para se adequar a qualquer monitor e melhor uso de cores.

Posso não ter a mesma inocência de 2003, mas sinto uma espécie de ansiedade quando penso nas possibilidades que a integração com o Google Reader e as redes sociais pode trazer. :) Vamos ver o que acontece.